Esta poderia ser uma frase retirada de uma mensagem política ou até de um diálogo de um filme. Contudo, pertencente a um anúncio, é pois, o seu caracter ambíguo que nos leva até à sua intenção real, a mensagem publicitária (ou neste caso parte dessa mensagem). A ideologia metafórica que acalenta e que engloba simultâneamente a vasta multiplicidade de sonhos, desejos, ambições, estilos de vidas e gostos que o sexo feminino assume actualmente, levaram a que este fosse o tema de mais uma campanha. Esta, presente numa conhecida revista de artigos femininos, ao despertar o processamento intelectual de uma jornalista norte americana levou-a a reflectir sobre a temática. O papel das mulheres na sociedade actual, e a consequente adaptação do marketing de algumas das principais empresas da economia mundial a esta mesma realidade foi assim o mote escolhido para a elaboração de "O Poder das Mulheres". Sendo um tema ainda actual, por certo todos nós já ouvimos falar acerca do desejo permanente da emancipação da mulher, assistindo de facto à transformação progressiva do seu papel no nosso quotidiano. Inerente a esta mesma adopção de novos papéis assiste-se a uma exposição a novas situações e temáticas e a uma consequente alteração nos interesses femininos. É desta forma que a Mulher dá entrada num mundo que já foi considerado como sendo exclusivamente masculino. Assim sendo, esta mulher, a mulher do século XXI passa a ter um papel activo (ou mais activo) na grande maioria das escolhas que anteriormente pertenciam aos homens. Comprar uma televisão, um dvd, um carro ou até mesmo montar um qualquer artigo vindo de um grande armazém de bricolage são nos dias de hoje acções que passaram a constar na mente feminina e palavras como HD ou Lambrim fazem agora parte do seu dicionário. Determinadas a proliferar num mundo que em tempos pertenceu aos homens, conferem assim às suas vidas e ao mundo um novo sentido da palavra independência.
É pois, tendo em conta todas estas tranformações que as empresas, enquanto sistemas modernos e de necessária e constante adequação ao mercado, começam a responder e a alargar o foco das suas atenções relativamente ao target de alguns productos/ serviços. Fara Warner insere-nos assim, através de uma contextualização histórico-social, no mundo das grandes empresas e na forma como os seus marketeers, habituados a comunicar com o target masculino e tendo em mãos artigos que até então a ele eram destinados, conseguiram fazê-los chegar ao seu "novo" target. Com a ajuda de case studies reais, e com uma escrita tradicionalmente americana, a autora transporta-nos desta forma numa autêntica viagem de conhecimento que atravessa múltiplas àreas comerciais. Kodak, Nike, Macdonalds e Procter & Gamble são apenas algumas das marcas enunciadas que nos dão a conhecer a sua destreza mental e estratégica.
Para além de um livro acerca do poder das mulheres, este é um livro acerca do poder das marcas (e já agora da inteligência de quem se encontra por trás delas).
P.S Não, as mulheres não são superiores aos homens e NÃO, este NÃO é mais um livro ou texto de ideologias femininistas. Mas... se os homens podem usar malas... as mulheres também podem trocar lâmpadas!
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